segunda-feira, 26 de abril de 2010


Domingo à noite, musiquinha do fantástico...

Estou com minha cerveja, meu cigarro, meu gato e o futebol na tv. Daqui a pouco voltarei para o meu tricô (com 25 anos, apenas). Não saí esse fim de semana e estou sozinha. Não vou mais a bares porque não posso fumar. Não posso beber uma cerveja (com meu peso, nem um copo) e voltar dirigindo pra casa. Não posso fazer barulho, cantar, bater papo nas calçadas. Lá fora, eu não posso... está muito difícil conviver com a sociedade. Mas, contradizendo tudo o que me ensinaram e o e esperam de mim nessa situação, não me sinto miserável, deprimida, solitária ou abandonada. Estou leve e feliz.

Esta manhã, eu peguei meu café, meu cigarro e fui para o sol, com meu jornal (daqueles de papel, antiquados, desatualizados e sujos). E na manchete das três primeiras matérias achei expressões como “veto”, “proibição” e “aumenta o risco de”. Tudo pelo meu bem e pelo bem do conjunto da obra de deus.

O mundo aí fora me pareceu chato e perigoso. A califórnia vai afundar depois de um grande terremoto. Nápoles será soterrada quando o vesúvio quiser brincar de Pompéia. A África vai ser devastada por uma variedade estranha de vírus ou por leões famintos que invadirão as cidades, graças à destruição de seu ambiente natural. Não que eu vá para a qualquer lugar longínquo: Alguém já viu a poluição que cria um avião a cada vôo? Um asteróide, o aquecimento global, uma nova gripe, uma supernova, um buraco negro construído em laboratório... De acordo com meu jornal, o mundo corre sérios riscos, o tempo todo...

Cogitei viver uma vida saudável: sem cigarro, sem bebida, com uma alimentação decente e no calor, porque o frio triplica o risco de enfartes. Mas, segundo meu jornal, carboidratos e gorduras vão entupir minhas artérias. Presunto, salsichas e salames aumentam o risco de câncer no intestino. Peixes estão contaminados com mercúrio e os vegetais cheios de agrotóxicos nefastos. Sobraram os ovos! mas ah... os ovos são muito, muito confusos. Nunca entendi os vários tipos de colesterol, em mim e no ovo. Só sei que um deles, ou todos, causa demência. Está no jornal.

Resta viver de luz, de sol (tomando, regularmente pílulas de cálcio, para evitar osteoporose)... mas e se eu desenvolver um terrível câncer de pele? Estou ficando nervosa e com medo. E tenho que me acalmar, porque segundo meu jornal, estresse aumenta o risco de uma porção de coisas horríveis. Quase tomei um copo de água com açúcar. Graças a deus, me contive. Açúcar dá cáries. Melhor assim, não poderia escolher entre um poluidor copo descartável ou um pouco do malvado detergente que usaria pra lavar o de vidro. Não sei mais como tomar água.

Vou largar o jornal. estou ficando com dor de cabeça! Dormiria um pouco pra passar, mas não sei se posso. Quantas horas devo dormir para ser saudável? Se passar do limite, eu morro do quê? Faltou isso no meu jornal. um chá quente? dá câncer no esôfago. Um leitinho? aumenta o risco de parkinson e eu comi uma manga. Melhor não arriscar. Um bom banho!? Uma manga pode dar congestão? Tomaria um analgésico, mas li que seria irresponsável, sem orientação médica. E pode ser contra-indicado em caso de suspeita de dengue. Aliás, tenho que tirar a água da chuva das plantinhas pra não dar mosquito.


By LILIAN BUZZETTO

sábado, 21 de novembro de 2009

Que barulho é esse?



Alguns dias atrás, cheguei bem tarde em casa, logo após uma sessão de químio da Izzie.
Minha irmã estava "largada" no sofá após um dia estressante de trabalho.
Fui tomar banho e logo após fui comer algo assitindo televisão.
Nesse tempo, chegou meu irmão da casa da noiva, nos falamos e ele logo saiu da sala.
Me distraí assistindo TV e vendo minha irmã falando sozinha enquanto dormia no sofá por aproximadamente uns 40 minutos, quando percebí um barulho estranho, vindo do corredor da minha casa.
Baixei o volume da TV, tentando identificar o que era e da onde vinha, mas sem sucesso.
Saí andando pela casa, olhando pelas janelas, fui às escadas e quando voltava, percebi a luz acesa no banheiro, por baixo da porta.
Parei e:

- RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRROOOOOOOOOONC!!!!!

Apesar de estar chorando de tanto rir, corri para sala e acordei minha irmã (eu tinha que ter testemunha).
Voltamos para a porta do banheiro e denovo:

- RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRROOOOOOOOOONC!!!!!

Meu irmão havia dormido sentado no vaso e roncava como se estivesse na mais confortável das camas!!!!!
Não perdemos tempo e socamos a porta (para tentar accordá-lo).


Agora ele vai pensar duas vezes antes de usar o banheiro com o horário avançado e os olhos pesados de sono!!!!

Inocência


Minha prima tem uma filha com 5 anos, que possuía um peixinho beta.
Por já ter certo tempo de vida, o peixe morreu, e a garotinha ficou arrasada, chorou bastante, ficou bem triste.
Com paciência, minha prima explicou o ciclo da vida e prometeu um peixinho novo para a menina.
Certo dia foram ao Shopping, minha prima e a filhinha, e compraram outro peixinho.
Naquele dia, os termômetros marcavam perto dos 29 graus. Após passearem pelo Shopping e comprarem o peixe, minha prima retornou ao carro que estava no estacionamento (com temperatura interna perto dos 60 graus) e lembrou que não havia validado o ticket.
Ela colocou o peixe no carro (ou forno?) e voltou para validar o ticket, demorando aproximadamente 10 minutos (o que ela disse).
Ao chegar em casa, percebeu que o peixe estava morto (ou cozido?).
Mesmo assim ela colocou o bicho no aquário, dizendo para a menina que o peixe estava cansado e estava "deitado" descansando, por isso não se mexia!!!!
Logo depois, chegou um priminho de 4 anos da menina e ela logo falou, com toda empolgação do mundo:

- Maurício, olha meu peixinho novo!!! - Ele está "acabado" de tando andar de carro, mas amanhã ele vai brincar bastante no aquário novo!!!!

Minha mãe, que estava perto, fulminou minha prima com o olhar, pegou o aquário e disse:

- Eu vou levar ele para descansar lá em casa; amanhã, quando eu voltar da caminhada ele já estará acordado!!! - (dando uma piscadela para minha prima, assim haveria tempo hábil para a substituição do peixe "cansado")

Será que algum dia voltaremos a ser inocentes assim? (ou sagazes, como minha prima?)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Rir para não chorar...


Mais uma etapa para nossa amiga, Izzie.

Izzie mora com seu pai e seus irmãos, além de cuidar da Tia Lu, irmã de sua mãe que sofre de problemas psiquiátricos.
Tia Lu é um amor, religiosa, que gosta de ler a bíblia e fazer orações.
As vezes fica um pouco agitada e fala coisas que, se não fossem tão engraçadas, causaria constrangimento.
Outro dia, enquanto esperava por Izzie no portão, Tia Lu me fez um pedido:

- "Eu quero que um dia você me leve para um lugar onde não tenha casas, nem pessoas, somente o céu, a lua e as estrelas!!!"(sugestivo, não?)

Pois é, como esperado, as reações da quimioterapia da Izzie começaram a aparecer logo após a segunda sessão e seu cabelo começou a cair.
Um dia antes da 3ª sessão de quimio, saimos para comprar uma peruca. Tia Lu nos acompanhou até o portão.
Chegamos tarde naquele dia e Tia Lu já havia dormido, não viu que Izzie já não tinha mais seus próprios cabelos.
No dia seguinte, logo cedo, Tia Lu foi tomar seu café. Logo depois Izzie levantou-se e também foi para a cozinha.
Tia Lu tomava seu café tranquilamente quando Izzie se aproximou e sentou-se em frente a ela.
Ela olhou para Izzie, que estava sem peruca e inocentemente disse:

"- PUTA QUE PARIU, O QUE É QUE VOCÊ FEZ COM SEU CABELO????"

A lágrima correu nos olhos de Izzie, de tanto que ela ria e mesmo explicando que o cabelo havia caído por reação de remédios, Tia Lu retrucou:

"- Nunca vi isso na minha vida, remédio pra cair cabelo!!!!"

É nas pequenas coisas que encontramos força e disposição para seguir em frente!!!

A luta continua...

sábado, 26 de setembro de 2009

O(s) Grito(s)



Como é que pude me esquecer de um evento tão, tão... sem noção!!!!

Há um tempo atrás, quando meus amigos e eu, andávamos em bando (entenda 7 pessoas dentro de um carro popular), fazíamos tudo o que dava na "telha".
Tirávamos fotos de pessoas na rua (????), imitávamos sirene de "puliça" pra chegar mais rápido, entre outras coisas.

A melhor (a pior cabível no "entre outras coisas") foi infernizar (literalmente) a vida de uma mulher, conhecida nossa, que morava perto da avenida que costumávamos passar.
Geralmente, íamos para casa por volta das 2 ou 3h da manhã, como só eu tinha carro, subia todo mundo e eu ia distribuindo por ordem de moradia (não antes de passar pela casa da mulher).
Certa vez, como todo adolescente criativo, decidimos passar em frente da casa de Regina (mulher insuportável e intrometida), para ver se já estava dormindo.
Um de nós teve uma idéia complementar: Gritar o nome dela (em coro)!!!

De primeira, rolou adrenalina e foi divertido, o problema é que se tornou rotina: 3 vezes por semana passávamos gritando na frente da casa dela!!!

Regina é uma mulher espiritualizada (imagina o que se passou na cabeça da mulher).

Um dia, Regina estava conversando com uma colega em comum (participante do nosso grupo do grito) e mencionou que estava passando por maus bocados, estava ouvindo vozes na madrugada e achava que o "cão" estava rondando a casa dela!!!! (caraca!!!!)

Ficamos compadecidos da situação da Regina e decidimos parar (passamos por lá mais umas 4 vezes e paramos).
Na verdade, paramos mesmo depois de sermos descobertos e esculachados por uma pessoa mais responsável!!!!

Que foi legal, foi!!!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O quê?



Alvos tempos de vendedor...

Lembro-me de um ligação específica.
Precisava falar com uma cliente, porém ela não estava.
Sua avó, um portuguesa bem prestativa atendeu:

Eu: "por favor, a dona fulana está?"
A portuga: "não, não está!"
Eu: "a que horas eu consigo falar com ela?"
A portuga: "bem ela... uhm...ela... não sei, não sei, não sei..."
A porutga: "se bem que...não sei, não sei, não sei....

Ela não parava de dizer "não sei" e não me deixava falar...

Foi um custo para eu conseguir dizer que ligaria em outra ocasião.
Só quem é vendedor sabe pelo que temos que passar!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Brilhante ideia!!!


Seria cômico, se não fosse tão ... cômico.


Mais um dia comum e normal de trabalho para Izzie, não fosse por um pequeno incidente.

Izzie levantou da cadeira e uma colega de trabalho logo notou que sua calça estava manchada, sua almofadinha não contera sua regra (poético, não?).
O desespero veio logo em seguida.
O que fazer?
A colega de trabalho logo teve a (brilhante!!!) ideia:


"Vá no segundo andar, lá tem um banheiro masculino que tem uma ótima janela, bate muito sol, assim você pode lavar sua calça e logo ela secará!"


Izzie seguiu o conselho.
Entrou com cautela no banheiro masculino, trancou a porta, despiu-se e poz-se a lavar sua calça.
O sol realmente batia forte na janela, então não haveria problema para secar uma peça de algodão, além do vento, que ajudaria na secagem, certo? (Ops...)

Izzie colocou a peça na janela, virou-se e.... O VENTO LEVOU A CALÇA DELA PARA O TELHADO DE UM ESTACIONAMENTO VIZINHO AO PRÉDIO!!!!!

Não bastasse isso, o chefe deu falta de Izzie em seu posto de trabalho, e pessoas batiam à porta do banheiro, pecisando usá-lo.
A colega que deu a ideia saiu a procura de Izzie, e quando chegou no banheiro do 2° andar, além da fila, encontrou Izzie aos prantos sentada no chão do banheiro!! (o desespero já não era narrável).

Por fim, os colegas de trabalho, além de ficarem sabendo o ciclo menstrual de Izzie, tiveram que fazer uma "vaquinha" para comprar uma calça nova para que ela pudesse ir para casa (já sem condições emocionais de continuar trabalhando) e para que o banheiro masculino voltasse a ser utilizado para seus devidos fins. (os moços estavam fazendo xixi na rua de trás!)


Vento é um problema...

Cuidem-se!!!